Segundo Ana Carla Torres, chefe de Divisão do SENAI Moda Design, o espaço é um ambiente novo que trouxe uma proposta diferente para a apresentação dos polos de moda. “O retorno de imagem, parcerias e acesso a novos mercados que o espaço proporcionou foram relevantes. Os polos de moda do estado puderam apresentar de forma conceitual todo o valor agregado e cultural que suas peças possuem, aumentando a visibilidade e as possibilidades de novos negócios”, explicou Ana Carla.

 

Para Antonio Berenguer, vice-presidente do Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ) e presidente da Cia. Têxtil Ferreira Guimarães, a proposta do Coletivo Rio é fazer novos negócios. “Concentramos em um ambiente o que o estado produz de melhor, por meio de representantes dos polos”, resumiu. Segundo Berenguer, a ideia foi despertar a curiosidade, o interesse comercial e abrir o leque de negociações.

 

RIO SE DESTACA NAS EXPORTAÇÕES DE MODA E JOIAS

 

Durante o evento, o Centro Internacional de Negócios (CIN) do Sistema FIRJAN apresentou nota técnica que analisa o desempenho das exportações de moda no estado entre 2009 e 2013. O Rio registrou crescimento de 17% nas exportações de moda nos últimos cinco anos, alcançando US$ 22 milhões em 2013. “A criatividade do Rio tem sido enfatizada pelo design, que vem se desenvolvendo e reforçando a identidade fluminense internacionalmente. O Rio tornou-se a primeira visão que o estrangeiro tem do Brasil”, avaliou o vice-presidente do CIRJ.

 

A participação fluminense nas exportações brasileiras do setor alcançou recorde histórico em 2013 ao atingir 15%. “Com esses números, o estado do Rio se consolida na terceira posição entre os maiores exportadores de moda do país, ao lado de São Paulo e Santa Catarina, respectivamente”, explicou Cláudia Santos, especialista em Comércio Exterior do CIN.

 

Ainda de acordo com o levantamento da Federação, entre os maiores exportadores do país, o Rio apresenta o maior preço médio (US$ 73/kg), confirmando sua vocação na produção de moda com alta qualidade e diferenciação. “A moda do Rio tem qualidade, além de ser um nome com estilo e valor agregado”, argumentou Berenguer.

 

O Sistema FIRJAN também analisou o desempenho das exportações de joias, confirmando o estado do Rio como o maior exportador do produto. Tal posição é ocupada desde 2010, atingindo participação de 36% nas exportações brasileiras do segmento no ano passado.

 

Enquanto as exportações brasileiras de joias reduziram 11%, nos últimos cinco anos, o estado do Rio apresentou crescimento de 28% nas vendas externas. O valor das exportações fluminenses no segmento alcançou US$ 20 milhões em 2013. A diretora da Associação de Joalheiros e Relojoeiros do Estado do Rio (Sistema AjoRio), Angela Andrade, lembra que o desafio das empresas do setor é ampliar o acesso a mercados internacionais: “O mercado do Rio é formado por oficinas, ateliês e artesãos, que devem usar as tecnologias para otimizar a produção.”

 

TENDÊNCIAS, ESPORTES E DEBATES

 

Durante o Fashion Rio, o lounge do SENAI Moda Design/Sistema FIRJAN reuniu empresários do setor e a equipe do SENAI Moda Design. A abordagem da moda ligada ao esporte e à performance, que inspirou a decoração do espaço, foi uma prévia do que será discutido em 4 de setembro no Giro Grupo de Estudos, que abordará assuntos que influenciam o comportamento dos consumidores, com o objetivo de agregar novos conceitos aos produtos de moda. O painel interativo do lounge ilustrou essa proposta ao mostrar quais são os esportes ao ar livre praticados na cidade, os locais, curiosidades de cada um e as roupas mais adequadas para os exercícios físicos. “O fitness fashion, a moda com linguagem do esporte, é uma tendência que está crescendo muito e vai explodir nos próximos anos com a Copa e as Olimpíadas”, ressaltou Fábio Monnerat, diretor de Marketing da CCM.

 

Ele participou, no dia 9, de um bate-papo no longe do SENAI Moda Design e explicou como uma marca esportiva produz peças que podem ser usadas também no dia a dia. “Os desfiles nacionais e internacionais acompanham a tendência. A Chanel, este ano, usou o tênis com roupas de alta-costura, a Dior utilizou o scarpin com salto de tênis, e a Farm será a primeira marca brasileira a estampar peças da Adidas que serão vendidas no mundo todo”, complementou Carol Fernandes, especialista de Moda do SENAI.

 

No dia 10, a equipe do SENAI Moda Design apresentou o bate-papo “Moda, Esporte e Performance”, destacando as diversas estratégias deste mercado, como matériaprima, ponto de venda e marketing, entre outras ferramentas utilizadas pelas indústrias da moda e dos esportes para ampliarem o valor das peças. A palestra “Joia e Bijuteria de A a Z”, apresentada por Eliana Andrello, especialista de Joias do SENAI Moda Design, e por Cesar Rebello, da CR Treinamento, fechou o ciclo de debates do lounge, no dia 11. Segundo Eliana, o mercado está em processo de transformação da produção artesanal para tecnológica. De acordo com Eliana, é necessário capacitar mão de obra para usar os novos softwares e as impressoras de prototipagem rápida na confecção das peças. “A prototipagem rápida veio para ficar e só vai avançar. O processo ficou mais ágil e econômico”, contou a especialista. Ela destacou ainda que a formação de profissionais para atuar na área é muito complexa. “O designer deve ter um conhecimento extenso de joalheria e de materiais, além de tecnologia da informação, que inclui os softwares e a
modelagem 3D”, enumerou.

 

Fonte: Carta da Indústria nº 646 – Sistema FIRJAN