O vice-presidente do Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ), Antonio Berenguer, foi o responsável por dar o pontapé inicial do evento: “O Giro é uma apresentação sobre tendências e informações. O setor de moda é suscetível a erros e acertos, é um mercado de violenta competição. Por isso, esse evento é tão importante para os profissionais da área”, ressaltou.

Antônio Berenguer, vice-presidente do CIRJ, discursou na abertura do evento (Foto: Guarim de Lorena)

Representantes da Abit e do Inmetro

Além da apresentação de tendências, a programação do Giro contou com a participação de profissionais da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) e do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Gerente de Tecnologia e Inovação da Abit, Sylvio Napoli advertiu sobre problemas enfrentados pela falta de parâmetro de medidas e indicou produtos isentos de etiquetagem, como adornos para cabelo, chapéus de feltro, cintos e guarda-chuvas. Depois de esclarecer normas de medidas do corpo humano e de segurança infantil, Sylvio elogiou a capacidade inventiva do setor no estado do Rio de Janeiro.

“Essa cidade é a base da inovação brasileira em têxtil e confecção. Albert Einstein disse uma vez que a imaginação é mais importante do que o conhecimento. E isso essa cidade tem de sobra”, enalteceu o gerente da Abit.

Coordenador da Divisão de Superação de Barreiras Técnicas do Inmetro, Diego Eugenio Pizetto definiu diferenças entre regulamentos (aprovados por órgãos governamentais, que estabelecem as características de um produto ou dos processos e métodos de produção) e normas técnicas (aprovadas por instituição reconhecida, que prevê, para um uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para os produtos ou processos e métodos de produção) e anunciou o trabalho de troca de informações com os Estados Unidos sobre o setor têxtil: “Temos um trabalho de convergência regulatória na aérea têxtil com o país. Com isso, podemos identificar diferenças entre normas e regulamentos para adequação cada vez maior às tendências mundiais”, disse.

Inverno: roupas jeans e estilo Folk em alta

Na palestra sobre confirmação do inverno, a especialista em moda do Sistema FIRJAN Milena Cariello garantiu que uma certeza de venda na estação mais fria do ano é o estilo Folk. Franjas, tranças e tons terrosos, que compõem este estilo próximo ao country, estão cada vez mais enraizados na moda urbana: “O Folk tem se confirmado em vestidos e shorts. É um estilo que veio para ficar”, afirmou. Outra boa opção para o inverno são modelos esportivos “com uma pegada moderna”, destacou ela.

Preto, branco e cinza são as cores básicas que não podem faltar nas principais coleções. Por outro lado, é preciso investir também em tonalidades alternativas, como o curry (laranja alegre), o tomato (vermelho tomate) e o verde-oliva: “É preciso arriscar, mas com delicadeza”, alertou a especialista.

Milena também ressaltou que roupas jeans são indispensáveis. Seja na versão detonada ou elástica, é sempre interessante investir nesse material para calças e casacos. A especialista frisou ainda a importância dos detalhes: “Precisamos fazer o cliente se encantar com a nova coleção, então temos que pensar nos detalhes das peças. É importante trabalhar nas mangas, por exemplo”, recomendou.

Verão: conceito de “Desvestir” ganha força

Em seguida, Carol Fernandes, também especialista em moda da Federação, apresentou macrotendências e a previsão do verão 2017: “Macros são tendências que independem da estação. E identificamos três macros que já existiam, mas que agora vêm ganhando corpo: Desvestir, Trajetoriedade e Amor Detox”, revelou.

Enquanto “Desvestir” significaria a erotização e a valorização do corpo, a “Trajetoriedade” simbolizaria a comunicação da identidade de cada marca, mais carregada de ideais e consciência. Já o conceito “Amor Detox” representaria a economia compartilhada, sob a perspectiva de um mundo mais orgânico, com troca de informações entre marcas e clientes.

“Temos que pensar em nós. O Brasil olha muito pra fora, em vez de olhar para dentro. Muitas vezes culpamos o outro pelas dificuldades. Precisamos nos mobilizar e pensar em ações para transformar consumidores em parceiros”, argumentou Carol.

O próximo verão não escapará desses conceitos, segundo a especialista. O “Desvestir” deverá ser celebrado através de peças com ombros à mostra – com a manga caída –, decotes profundos e shorts jeans tão detonados que exigem até mesmo outra peça por baixo.

Carol Fernandes, especialista em moda, apresentou as marcotendências e a previsão do verão 2017 (Foto: Guarim de Lorena)

A estação ainda promete manter a tendência de estampas florais, cada vez mais inspiradas em peças de brechós, valorizando características únicas de cada região. Para Carol, o vermelho será um grande aliado da cor branca, com combinações mais românticas. Tonalidades leves e naturais também serão essenciais nas coleções. Para equilibrar, tons como geleia de pimenta, amora e turquesa também devem aparecer nas vitrines e nas ruas.

Na sequência, a analista de moda Ariane Alves discursou sobre o posicionamento de empresa e ações direcionadas a seus consumidores. Após exaltar a comunicação mais intimista e menos óbvia para surpreender e inovar na divulgação da marca, Ariane orientou a exploração do pós-venda, a fim de manter a conexão com o cliente.

“Buscar inspiração é fundamental para impulsionar o negócio e divulgar melhor a marca. O consumidor deve se sentir parte do clube, deve ser um sócio. Por isso, devemos sempre visar e identificar nosso público-alvo”, indicou Ariane.

Técnicas de modelagem, acessórios, moda masculina e infantil

O evento contou ainda com a presença do técnico têxtil Júlio Lemos e da modelista Claudinéia Ferraz, ambos do SENAI. Enquanto Júlio palestrou sobre tecnologias têxteis, sustentabilidade e conectividade, Cláudia explicou a diferença entre medidas fundamentais e medidas referenciais, demonstrando a Técnica de Moulage (modelagem tridimensional sobre um manequim especial).

Na parte da tarde, Carol Fernandes voltou ao palco para apresentar as tendências da moda masculina e infantil. Para os homens, além de roupas inspiradas nos anos 80 e 90, as apostas recaem em estilos esportivos e bermudas acima do joelho, com uma variada cartela de cores: pêssego, petróleo, chocolate, entre outras. Já para as crianças, as roupas aparecem com muitos detalhes, com estampas coloridas inspiradas em animais, esportes e histórias infantis.

Outros temas abordados no evento foram joias, bijuterias e calçados, além de praia, fitness e lingeries. Eliana Andrello, especialista do SENAI, mostrou que peças douradas e prateadas e cristais e pedras arredondados estão em alta no mercado. Para calçados e bolsas, ela destacou os modelos esportivos e descontraídos, que trazem conforto e versatilidade.

As tendências para praia e fitness, apresentadas por Milena Cariello, seguiram a mesma linha esportiva, com destaque para os transpasses e as franjas no primeiro e para as curvas e regulagens no segundo. As lingeries, segundo a especialista, aparecem bordadas e também franjadas, com aplicação de renda guipire.

Em breve, empresas associadas ao Sinditêxtil poderão solicitar ao sindicato todo o material do evento, com fotos e informações completas, disponibilizadas pela Gerência de Desenvolvimento Setorial do Sistema FIRJAN. Se você ainda não se associou, clique aqui e confira os benefícios.

(Lucas Baldez/ Movimento Sindical FIRJAN)