IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS TÊXTEIS CRESCE NO TRIMESTRE
A Hering, por exemplo, disse em teleconferência dos resultados que vai reduzir o “mix” importado ao longo do ano, com transferência para a produção nacional, como forma de melhorar a rentabilidade. Um dos motivos da compra no exterior é a composição das coleções de outono e inverno. As exportações do Brasil caíram 10,8% e a balança comercial fechou com déficit de 3,7% nos primeiros quatro meses, sobre igual período de 2014. Os números não incluem as vendas internas e externas de fibra de algodão.
Não houve tempo para identificar efeitos positivos ou negativos do câmbio sobre as exportações, segundo a Abit. A associação mantém a expectativa de crescimento das vendas do Brasil para o exterior em 2,7% neste ano.
A importação deve subir 3,6%. A produção física do segmento têxtil diminuiu 6,7% no primeiro trimestre, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O segmento de artigos de vestuário e acessórios acumulou queda de 13,9%. A perda da confiança do consumidor, a redução do crédito, a queda do nível de emprego, o aumento da inflação e dos custos continuam como fatores difíceis.
“Há uma mistura perigosa de crise política e econômica que traz uma retração imediata ao setor”, diz o presidente da Abit. O setor gerou 4 mil empregos no primeiro trimestre, ante 15,1 mil em igual período de 2014. O saldo de postos de trabalho (diferença entre contratações e demissões) em março foi de 372, contra 2 mil um ano antes.
Os investimentos na importação de máquinas e equipamentos caíram 26,6% em janeiro e fevereiro, para US$ 80 milhões. No varejo têxtil, o volume de vendas caiu 3,8% e a receita nominal diminuiu 1% no acumulado de janeiro e fevereiro, ante igual período de 2014. A Abit prevê o acirramento da concorrência neste ano, com grandes redes adquirindo grupos menores. Para garantir resultados melhores, estão na pauta da Abit projetos para melhorar a produtividade das confecções, ampliar as parcerias com o varejo, acelerar a integração dos elos da cadeia e inserir produtos típicos do Brasil em redes internacionalizadas.
Fonte: Valor Econômico – SP