GIRO MODA ALTO VERÃO SINALIZA NOVOS ESTILOS E COMPORTAMENTOS PARA A ESTAÇÃO
As palestrantes Milena Cariello, Carol Fernandes e Ariane Alves visitaram também a cidade de São Petersburgo, na Rússia, e apontaram estilos, combinações e cores marcantes nas ruas e nas vitrines das lojas da cidade. Antes da apresentação das especialistas, Antônio Cesar Berenguer, vice-presidente do CIRJ, fez um breve discurso para abrir o encontro:
“O setor de moda é importante para todos, não apenas para empresários, mas para toda a população, já que é um dos que mais empregam no estado. Por isso, é preciso inovar e ter o interesse em buscar novos estilos”, destacou.
Antônio Cesar Berenguer, vice-presidente do CIRJ, abriu o evento na sede da FIRJAN (Foto: Fabiano Veneza)
FEIRAS
Voltadas para empresários, fabricantes e consumidores da indústria de trajes de banho e lingerie, as feiras francesas Mode City e Interfelière inovaram com desfiles técnicos de dançarinos e atletas de nado sincronizado para promover os novos trajes de praia e fitness.
Decididos em oferecer serviços e produtos atrativos ao público, os organizadores disponibilizaram um espaço de convivência, com poltronas para descanso, minisalões com manicures e cabelereiros, além de estandes com recordações das feiras.
“Estas feiras buscaram promover o conceito praia, incentivando a aproximação entre as pessoas e a troca de experiências”, lembrou Ariane Alves, analista de moda.
Assim como em Paris, as feiras de Berlim também tiveram a preocupação com um ambiente integrador e agradável ao público. Até a BBB (Bread and Butter Berlim), a mais estruturada, tradicional e restrita, apostou em inovação e comunicação do espaço com os visitantes.
Lado a lado, para facilitar o acesso e compartilhar o mesmo segmento consumidor, a Bright e a Seek promoveram um clima descontraído e informal, atraindo um público contemporâneo e jovem, que chegava de bicicleta e skate.
As palestrantes elogiaram a originalidade das feiras alemãs (Foto: Fabiano Veneza)
A Panorama e a Premium não ficaram para trás no quesito integração. Com pavilhões ligados por túneis com animações e cenários lúdicos (com cogumelos gigantes e carros coloridos, por exemplo), a primeira reforçou o conceito “Pensar o Amanhã”. Já na segunda, os visitantes puderam literalmente vivenciar o espaço, construído como um “labirinto”, a partir de um pátio central conectado com todos os ambientes da feira.
“A Alemanha respira comportamento, não apenas a moda em si. E Berlim é um grande exemplo de como o mercado pode se reposicionar e se transformar, recorrendo a todo tipo de oportunidade do dia a dia, sem ficar apenas preso às datas comemorativas, como fazemos aqui no Brasil”, pontuou a especialista de moda Carol Fernandes.
RUAS
Fora do ambiente das feiras e dos desfiles, as ruas dos grandes centros europeus já sinalizam novos comportamentos e estilos. Das cidades visitadas, São Petersburgo, na Rússia, foi a que mais surpreendeu pela criatividade e pelo clima descontraído e vívido.
Com misturas impactantes, como o azul royal e o limão siciliano, as russas também têm arriscado diferentes tonalidades do rosa em saias e vestidos. Outras cores que se destacam pelas ruas são flamingo, lavanda (entre o lilás e o roxo) e índigo blue.
O mundo da moda, porém, não se alimenta apenas de cores vibrantes e abertas. Para qualquer fabricante, as coleções de cores neutras e básicas são essenciais. Portanto, roupas lisas e limpas em branco, preto, bege e marrom não devem sair do catálogo. O cinza também não pode ficar de fora, pois serve de curinga em diversas situações.
“Para compor o mix de produtos, é importante sempre produzirmos a blusa branca e a cinza que vai combinar com a calça estampada, por exemplo”, lembrou Ariane Alves.
Evento apresentou novos comportamentos nas ruas de cidades europeias (Foto: Fabiano Veneza)
Uma tendência contemporânea observada em todas as cidades são as diferentes combinações do jeans. Das calças “detonadas” e rasgadas aos macacões em forma de maiô e estilo mecânico, o jeans está presente no dia a dia dos jovens. Até mesmo o jeans manchado, típico dos anos 1990, voltou a imperar.
“Por ter um aspecto mais informal, o jeans tem o poder de aproximar as pessoas e trazer mais intimidade”, ressaltou Milena Cariello, especialista de moda.
Estampas no estilo boho (mistura de hippie, étnico e folk), já massificadas, dão lugar às chamadas estampas “Into the Wild” (ou “Selva”, em português), com figuras embaraçadas de animais selvagens.
Outras tendências para o verão são as blusas com decotes em V (na frente e atrás) e as combinações em xadrez. Os franjados, principalmente em shorts jeans, também continuam em alta para a estação mais quente. Para os pés, as especialistas recomendaram “sandálias gladiadoras”, muito encontrada nas cidades europeias: “Além de fresca, é confortável e prática”, comentou Milena.
Ao final, a especialista ainda destacou a importância do investimento em tecnologia. Algumas marcas internacionais, por exemplo, já repercutem a ideia das minifábricas, espaços dentro das lojas para a produção personalizada.
“Todos nós vivemos situações em que o formato ou a cor de determinada roupa não nos agrada tanto. No futuro, essas minifábricas poderão adequar a roupa ao gosto do cliente”, explicou a especialista.
Para o microempresário que não possui tantos recursos, a palestrante sugeriu a busca por nichos na sociedade que não figuram entre os principais alvos da indústria da moda. Milena Cariello citou segmentos como gestantes e plus size (tamanhos especiais), que ainda carecem de atenção mais especial do mercado.
(Lucas Baldez/ Movimento Sindical FIRJAN)