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Estudo mapeia os desafios da moda fluminense

O Rio foi o estado que mais ganhou participação no mercado brasileiro de confecção e acessórios, saltando de 4,4%, em 2007, para 8,5%, em 2015. Mas para continuar ampliando market share precisa enfrentar desafios para ser mais competitivo. É o que aponta o estudo “A Confecção de Vestuário e Acessórios Fluminense no Contexto Nacional”, elaborado pelo Sistema FIRJAN, que traça um panorama da estrutura do segmento.

Lançado no Fórum Setorial da Moda da Federação, o estudo indica que o Rio passou da sexta para a terceira posição entre as unidades da federação, considerando o consumo interno do país, atrás de São Paulo (com 21,3% de participação) e de Santa Catarina (com 19,8%). O mercado paulista perdeu bastante espaço desde 2007, quando detinha 41,4% de market share, enquanto a indústria catarinense, então com 18,2%, elevou ligeiramente sua posição.

Entretanto, a participação dos produtos importados de confecção e acessórios no mercado brasileiro é quase o dobro do percentual dos bens fluminenses (16,8%) e vem se expandindo aceleradamente desde 2007. Naquele ano, o market share dos importados (4%) era um pouco abaixo da posição do Rio (4,4%), mas veio evoluindo até ultrapassar o estado em 2012.

“Apesar de os dados do Rio indicarem competitividade, favorecida por ganhos de produtividade nos últimos anos, a comparação do perfil da indústria fluminense com a dos demais estados permitiu elencar os principais desafios dos empresários: elevar o nível de escolaridade e a formalização dos trabalhadores, além de aumentar os investimentos em tecnologia”, resumiu Tatiana Sanchez, gerente de Estratégica de Marketing e Portfólio da Federação.

Formalização leva à produtividade

Para Ricardo Maia, vice-presidente da FIRJAN, a principal mensagem da pesquisa é a necessidade de formalização do mercado, porque esse aspecto se relaciona diretamente com a eficiência do segmento. “Vimos que quanto mais formal, melhor o nível de escolaridade e, em decorrência, maior a produtividade do segmento, contribuindo para a competitividade empresarial no estado”, analisa ele.

Segundo o estudo, somente 36,9% dos trabalhadores fluminenses de confecções possuíam carteira assinada, em 2016, ante 58,2% de pessoas por conta própria e 4,8% de informais. Em Santa Catarina, a formalização chegava a 72,3%, a mais elevada do país, e em São Paulo, 45,7%. Além disso, dentre os 10 maiores mercados estaduais, o Rio foi o que menos concentrava trabalhadores com níveis médio e superior (53,4% do total). A remuneração, por sua vez, era a terceira maior (R$ 1.454), ligeiramente acima da média nacional.

“Precisamos de políticas públicas, mas para mudar o panorama os empresários devem se orientem por investimentos em modernização”, afirmou Maia. Com relação à atualização tecnológica, São Paulo e Santa Catarina foram os melhores colocados. “O Rio foi o 11º estado em importação de máquinas e equipamentos. Com a pesquisa, vimos que a precarização do mercado influencia esses investimentos”, complementou Tatiana.

Roberto Leverone, presidente do Fórum, disse que as empresas precisam ser mais eficientes. Segundo ele, a pesquisa teve o mérito de sinalizar as ações a serem tomadas para tornar o setor mais competitivo no futuro. “Estou conversando com o SENAI, Sebrae e Cetiqt para ver de que forma, juntos, podemos contribuir para tornar nossas empresas mais eficientes na parte comercial e também no processo industrial, visando reduzir tempo de produção e aproveitar melhor os resíduos, entre outros aspectos”, ressaltou Leverone, ao final da reunião, ocorrida em 28 de junho.

Fonte: Sistema FIRJAN

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