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SISTEMA FIRJAN DISCUTE NOVAS MODALIDADES DE FINANCIAMENTO PARA A INDÚSTRIA

O crowdfunding ou financiamento coletivo movimentou em todo o mundo cerca de 16,2 bilhões de dólares em 2014. Mesmo com um cenário de crise e restrição de crédito, a estimativa de arrecadação para este ano é de 34,4 bilhões de dólares. O Brasil é o 12º país do mundo e o primeiro da América do Sul com 2,5 milhões de dólares arrecadados e cerca de 15 mil doadores. Para o coordenador do programa Indústria Criativa do Sistema FIRJAN, Gabriel Pinto, há um mercado enorme para o crescimento do crowdfunding, assim como consolidar a política de economia criativa no país.


Felipe Caruso, do Catarse, explica as vantagens de usar uma plataforma de crowdfunding (Foto: Antonio Batalha)

O sistema de financiamento coletivo possui quatro formatos. O primeiro é a doação pura e simples, que a pessoa doa um recurso por acreditar na ideia, que está sendo oferecida por uma pessoa ou empresa. Depois vem o sistema de recompensa, onde o interessado faz um investimento, mas recebe algum tipo de recompensa, de acordo com o que é estabelecido na campanha de arrecadação. Esses dois modelos são mais voltados para projetos em estágios iniciais e servem como validação de uma ideia.

Para um estágio mais avançado, há o equity funding, onde o investidor obterá algum tipo de vantagem sobre o dinheiro aplicado, seja por meio de ação da empresa ou lucro previamente estabelecido após a efetivação do projeto e dentro de um espaço de tempo determinado. E, por último, há o empréstimo, que também garante um retorno do investimento aplicado, também previamente acordado.

Felipe Caruso, da plataforma Catarse, destacou a necessidade um bom planejamento para se criar uma campanha de crowdfunding e conquistar a mente das pessoas para investir em determinado projeto. Em quatro anos, a plataforma viabilizou cerca de 1.500 projetos, envolvendo 200 mil pessoas, com uma arrecadação de R$ 31 milhões no período. “O Catarse adota o modelo ‘tudo ou nada’, ou seja, se o projeto não atingir a arrecadação pretendida no escopo do projeto, o dinheiro retorna para os apoiadores”, destacou Caruso.

Já Bruno Beauchamps, do Sibite, explicou que a plataforma promove o sistema de crossfunding, que busca investimentos cruzados, ou seja tanto de pessoas físicas quanto de empresas e de incentivos fiscais. “Usamos as duas modalidades, a captação pessoal, que é crowdfunding, ou o equity funding, com o apoio do investidor. O objetivo é democratizar cada vez mais o acesso ao capital, usando a plataforma virtual”, contou Beauchamps. 


Bruno Beauchamps, do Sibite, fala sobre as diferenças entre crowdfunding e equity funding (Foto: Antonio Batalha)

Téo Benjamim, do Bemfeitoria, explicou que há um excesso de barreiras para o engajamento a uma causa. Assim, ele aconselhou as pessoas, que desejam participar de uma campanha de captação de recursos, “pensar em rede”, ou seja, usar com inteligência as redes sociais para divulgar o projeto. Já Frederico Rizzo, do Broota, explicou como funciona o equity crowdfunding que, no Brasil, atua como uma pequena oferta pública, permitindo captação de até R$ 2,4 milhões por ano. Segundo ele, a Comissão de Valores Mobililários (CVM), que regula o mercado, permite o equity crowdfunding para micro e pequenas empresas, aquelas que têm faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano.

O coordenador do programa Indústria Criativa do Sistema FIRJAN, Gabriel Pinto, lembrou ainda que, além da dispensa de garantias, as modalidades de crowdfunding possibilitam a diminuição dos riscos associados ao lançamento de uma nova ideia no mercado por meio dos mecanismos de avaliação coletiva como as ações de pré-venda, por exemplo, além de envolver um grande grupo de clientes motivados e mobilizadores, que atuam como multiplicadores e fonte de feedback. “Sem contar a enorme abrangência geográfica e visibilidade que as plataformas online proporcionam”, assegura Gabriel Pinto.

Fonte: Sistema FIRJAN

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